Esta Deusa era conhecida na antiguidade, por diversos nomes e títulos em diferentes países. Ela era uma Deusa lunar.
Ishtar personificava a força criadora e destruidora da vida, representada pelas fases da Lua, crescente e a cheia que favorecem o desenvolvimento e a expansão, a minguante e a negra que enfraquecem e finalizam os ciclos anteriores.
Como Deusa da fertilidade ela dava o poder de reprodução e crescimento aos campos, aos animais e aos seres humanos. Foi nesta qualidade que se tornou a Deusa do Amor, que teria descido do planeta Vênus, acompanhada de seu séqüito de sacerdotisas Ishtaritu que ensinaram aos homens a sublime arte do êxtase: sensorial e espiritual.
Como rainha do céu era a regente das estrelas, pois ela mesma tinha vindo de uma estrela que brilhava ao amanhecer e ao entardecer e era o ponto central de seu culto.
As constelações zodiacais eram conhecidas pelos antigos como o “cinturão de Ishtar” e era ela quem percorria o céu todas as noites em uma carruagem puxada por leões, controlando o movimento dos astros e as mudanças do tempo.
Alguns dos títulos atribuídos foram: “Mãe dos Deuses, A Brilhante, Criadora da Vida, Condutora da Humanidade, Guardiã das Leis e da Ordem, Luz do Céu, Senhora da Luta e da Vitória, Produtora de Sementes, Senhora das Montanhas, Rainha da Terra”.
Contudo, também de “Mãe Terrível, Deusa da Tempestade e da Guerra, Destruidora da vida, Senhora dos Terrores Noturnos e dos Medos”, essas denominações representavam o seu lado obscuro, que vinha à tona com a sua ausência.
Todos entravam em desespero, nada se criava, nem procriava. A Natureza, entrava num estado letárgico de estagnação, até que ela voltasse.
Porém, como tudo tem os dois lados, nessas manifestações, era quando ela podia ensinar os mistérios, revelar as coisas ocultas, propiciar presságios e sonhos, permitir o uso da magia, o alcance da sabedoria e a compreensão dos ciclos da vida e da natureza.
Em suas formas variadas e mutantes Ishtar desempenha as múltiplas possibilidades da essência feminina, sendo a personificação do princípio feminino – seja o da natureza Yin, seja o da anima.
Nas celebrações de lua cheia dedicada ao seu culto (chamadas Shapattu) as mulheres da Babilônia, Suméria, Anatólia, Mesopotâmia e Levante levavam oferendas de velas, flores, perfumes, mel e vinho para seus templos, cantavam-lhe hinos, dançavam em sua homenagem e invocavam suas bênçãos para suas vidas, suas famílias e sua comunidade.